Massa falida reassume Destilaria Fronteira

Em decisão inédita, no dia 9, o juiz da 1ª Vara Cível da Comarca de Frutal, Elton Pupo Nogueira, revogou os termos acordados com a Renuka Vale do Ivaí em 2008 e reintegrou todos os bens patrimoniais para massa falida Destilaria Fronteira.
O pedido tinha sido requerido pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Fabricação do Álcool de Fronteira, que requereu a revogação do termo de credores firmado com a empresa Vale do Ivaí, que condicionava os pagamentos dos credores e a continuidade da atividade empresarial por sete safras, o que não foi cumprido.
Em janeiro de 2011, a empresa demitiu todos os trabalhadores da Usina Fronteira e deixou diversas dívidas com trabalhadores, parceiros agrícolas, fornecedores de cana, bancos ABC Roma e BIC, comerciantes e contratos antecipados de entrega de álcool futura, que somados chegam a R$ 46 milhões.
Em 2009, a empresa Renuka Vale do Ivaí realizou uma cisão e constituiu em fevereiro de 2010, a Destilaria Rio Grande, para assumir a Usina Fronteira. Os credores alegam que a empresa foi criada para aplicar calotes e utilizar laranjas para assumir dívidas, como no caso do senhor Rubens Abrahão Chaud, um corretor imobiliário, de Ribeirão Preto, que apareceu posteriormente como proprietário da Rio Grande, assumindo dívidas sem pagar nenhum centavo pelo negócio.
A gestão da empresa Renuka Vale do Ivaí, em Fronteira, deixava diversas suspeitas como, por exemplo, o contrato com a empresa Comar, dos herdeiros do falecido José Arlindo Corrêa, conhecido como maior caloteiro do Banco do Brasil, que estipulava valores e compromissos até 2021, condicionando as terras da massa falida como pagamento.
Os trabalhadores requereram o controle da empresa e apresentaram um projeto de viabilidade econômica do negócio, com parcerias para reformar a indústria e dar prosseguimento no negócio em economia solidária-cooperativismo, o que deverá ser apreciado pelo novo síndico da massa falida.
Em 21 de março, os trabalhadores realizaram uma audiência na sede da Petrobras em Brasília (DF), acompanhado do deputado federal Ademir Camilo (PSD/MG), que iniciou um protocolo de cadastramento da unidade como fornecedora de etanol.
Para conclusão das formalidades comerciais, o projeto está requerendo o usufruto da massa, para investir cerca de R$ 15 milhões para prosseguimento do negócio. Com o projeto, todos os credores serão beneficiados, principalmente os trabalhistas que terão seus créditos liberados imediatamente.
Com a decisão, serão arrolados todos os bens da massa, que estão arrestados pelo Sindicato em ação trabalhista, para formalização e reconstituição da massa falida Destilaria Fronteira.
O síndico Arimondes Rodrigues foi desconstituído e nomeado o credor quirografário Levi Palhares, que deverá assumir o cargo em 20 dias. O sindicato vai promover uma audiência para constituição do comitê de credores e discutir sobre a aceitação da nomeação do novo síndico na frente dos bens da massa falida.
Em caso de dúvidas e esclarecimentos, os interessados devem procurar o presidente do Sindicato, Nildomar Lázaro da Silva (Cilinho), através do telefone (34) 9801-5064.