Diante das muitas vertentes que nós educadores encontramos hoje diante do processo de ensino, aprendizagem do aluno, sempre somos remetidos a uma questão que, aliás, é fundamental. Como podemos fazer nossos alunos aprenderem e se desenvolverem para que ao saírem da escola possa enfrentar a vida e continua a se desenvolver?
Os componentes curriculares estão aos montes em toda literatura que trata essa questão, a partir da atual LDB de 1996, as discussões se tornaram mais intensas principalmente com as rápidas tecnológicas e o excesso de informação que a cultura de massa despeja todos os dias diante de nós. É nesse contexto que entra a proposta pedagógica do professor Dr. Matthew Lipman.
O professor Matthew diante da sua larga experiência como docente, percebia que em muitos casos os alunos chegavam à universidade, sem um desenvolvimento racional adequado, sofrendo consequências graves, por isso, ao investigar a razão de tal problema chega à conclusão que o problema estava na verdade no modo rígido ou tradicional como nós chamamos de uma educação que não colaborava para que as crianças pudessem se desenvolver no que o próprio professor vai chamar de habilidades cognitivas.
Apaixonado pela educação, ele cria o método de filosofia para crianças, onde a partir de novas filosóficas as crianças em todo ensino infantil e fundamental conseguem refletir com sua realidade e desenvolvem assim as habilidades cognitivas que aqui devem ser entendidas como raciocínio crítico, capacidade de concluir raciocínios lógicos, leitura crítica e interpretação, a proposta ganha força no fim da década de 60 nos EUA, ganhando força em muitos países do mundo.
É importante ressaltar que o projeto de filosofia para crianças, educação para pensá-lo, não é uma opção mágica ou milagrosa, mas sim fruto de um trabalho dedicado do professor que acredita na capacidade dos seus alunos de se desenvolverem. Os alunos sempre se reúnem em círculos e aos poucos vão aprendendo a importância de ouvir o outro, de falar complementando caso o outro não consiga terminar. Esse círculo nós o chamados de comunidade de investigação e, neste estágio, que é rotineiro dentro do projeto, o professor não é o detentor do saber como no modelo rígido ou tradicional, mas ele apenas conduz a discussão para manter a ordem e ajudar os alunos a aprofundarem os temas.
Depois de um tempo de adaptação, as crianças começam a perceber em si mesmas a diferença que antes não era notada, ou seja, sua capacidade de refletir passa a ser algo concreto e perceptível e não mecânico como antes.
Aqui na cidade de Pirajuba, com o apoio da Secretaria da Educação, estamos iniciando esse projeto confiantes que ao prepararmos melhor esse projeto nossos alunos no ensino infantil e nas séries iniciais, o seu desenvolvimento no ensino fundamental e médio será, com certeza, de maior aproveito e qualidade.
Certamente há muito por se fazer, mas só de assumirmos o desafio com dedicação, podemos esperar que nosso trabalho de hoje formará cidadãos melhores e mais preparados para o amanhã.
* Jean Carlos Ferreira - Professor de Filosofia da Escola M. Lázaro Rosa Muniz.
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