sexta-feira, junho 22, 2012
Prefeitura de Itapagipe paga R$ 19 mil por limpeza e capina de terreno de 120 m²
Documentos solicitados pela Câmara Municipal à Prefeitura de Itapagipe mostram que a Secretaria de Obras, a Secretaria de Cultura, o Procurador do Município, a Comissão de Licitações e a prefeita Benice Maia aceitaram pagar R$ 19.260,00 pelo serviço de limpeza, capina e queima de um terrenode 120 metros quadrados (18mx6,7m). O serviço em questão faz parte da obra de reforma e ampliação de um imóvel que serviu de moradia ao gerente da antiga Malibu e que, após restaurado, será transformado na Casa da Cultura. O preço exorbitante pago pela capina do lote foi um dos abusos detectados por membros da câmara Municipal que analisaram as cópias das licitações e dos contratos de construção do Centro Cultural e de Eventos e da Casa da Cultura, ambos executados pela construtora ETECC, de Itapagipe. A cópia dos documentos foi solicitada em plenário pelos vereadores César Castro, Teotônio Sabino, Adriano Morais, Orides Barbosa e Nágila Maluf. O requerimento, votado no dia 14 de maio, recebeu votos contrários da
bancada do PSDB: Alcindo Garcia, Wilson Paula (Cascão), Nair Ferreira e Sinvaldo Barbosa (Toco). O “G5” solicitou a documentação por achar alto o valor de ambas às obras: R$ 1.371.918,41 para o Cento
de Eventos e R$ 257.391,30 pela reforma da Casa da Cultura. De todos os indícios de superfaturamento
encontrado nas duas construções, a mais absurda foi a capina de R$ 19 mil do terreiro da Casa da Cultura. Para se ter uma idéia, enquanto que para limpar o terreno onde foi construído o Centro de Eventos e as salas de aula das Oficinas de Arte foi pago R$ 4,80 o m²; na obra vizinha a prefeitura pagou R$ 160,50 o mesmo m². Um valor 33 vezes maior. Em uma rápida pesquisa de mercado, segundo os vereadores
do G5, encontrou-se quem capinasse o lote por uma média de R$ 100. Mas esse não foi o único problema
detectado nas obras. Também consta na planilha de custos da Casa da Cultura R$ 8.100 pela instalação de
um escritório da empreiteira no local da obra. Mas não há nem um escritório montado lá, como bem observou o vereador Adriano Morais na reunião do dia 5 de junho. O presidente César Castro também achou estranha a construção de um muro de 63,14 metros que custou mais de R$ 17 mil. “O terreno já era murado na frente e nas laterais. O único muro que construíram foi no fundo e tem só cerca de 20 metros”,
informou César. “E mesmo que tivessem construído os 63 metros de muro, por R$ 17 mil está muito caro”, ressaltou. César também apontou outra incompatibilidade com o que consta na planilha de custos com a obra. Apesar de a área que foi limpa e carpida por R$ 19,2 mil ter sido quase que na totalidade calçada, (conforme mostra a foto), na proposta de orçamento da obra apresentada pela ETECC e aceita pela administração, prevê o plantio de 130,64 m² de grama esmeralda. Vale lembrar que o terreno todo, inclusive a parte calçada, mede 120 m². Fora a grama, o projeto de jardinagem da obra prevê ainda o plantio naquele espaço, de 7 palmeiras Areca Lutescens, 4 árvores Cássia Mimosa, 4 árvores Jacarandá imoso e 19 (dezenove) palmeiras Lucuri. “Aonde vai caber isso tudo?”, Questiona o presidente da Câmara. o total, os gastos com “paisagismo” chegam a R$ 11.649,40. Confrontados com os documentos que eles chavam não ser necessário pedir, dois dos quatro vereadores do PSDB se manifestaram surpresos. Os outros dois, Nair e Toco, se calaram. Alcindo Garcia, líder da prefeita, admitiu que o preço da limpeza do terreno lhe chamou a atenção e prometeu que verificaria junto aos setores da Administração uma explicação plausível. “Antes de se ter a explicação não quero fazer juízo de valor. Eu entendo sim que há uma necessidade urgente de um esclarecimento quanto a esse valor”, comentou. “Posso dizer aos senhores que lhes darei o esclarecimento e as informações que conseguir apurar quanto a essa questão, que quero acreditar que tenha sido um erro técnico na elaboração dessa planilha”, encerrou. Cascão afirmou que não
tinha conhecimento dos valores e concordou com o colega Alcindo que acredita que seja um erro. “Nem o mais ingênuo dos seres seria capaz de colocar um preço desses [R$ 19 mil para limpar e carpir terreno]”, argumentou. “Estarei verificando isso amanhã, podem ter certeza.” Até a terça-feira, 12/06, nenhum esclarecimento ou explicação foi dado por parte do governo nem dos vereadores peessedebista.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário