O proprietário do Supermercado Sabino (foto ao lado), João Neto Sabino, também lamenta o fato de que as sacolas retornáveis não terem obtido boa aceitação. “Hoje, esta é uma preocupação mundial, por isso, vamos apoiar esta ideia e esperamos que as pessoas se conscientizem, porque o uso destas sacolas plásticas é muito grande. Elas prejudicam muito o meio ambiente, pois elas são levadas para o lixo. É um efeito dominó, pois esse lixo volta a nos prejudicar. No Estado de São Paulo, o consumidor é forçado a levar em caixa de papelão ou mesmo levar sua própria sacola”, frisou.
O sócio-proprietário dos Supermercados JB (foto), João Marcus Bernabé (Kiko), diz que vê de forma positiva a tentativa de abolir as sacolinhas plásticas, que ele considera um grande mal para o Meio Ambiente.Diante disso, a empresa está estudando meios mais viáveis para tentar solucionar ou amenizar o problema. “Estamos com um projeto e vamos estudar todas as alternativas. Assim que tivermos uma solução, nós vamos apresentar para a comunidade, para que as pessoas se sintam confortáveis nas substituições das sacolas por outros meios para transportar os produtos”, informa. Conforme observa, no Estado de São Paulo, as sacolas estão sendo abolidas com êxito.
No momento, na rede JB, os produtos são empacotados nas sacolas e também em caixas de papelão. Na filial do supermercado em Nova Granada (SP), estão sendo utilizadas as sacolas retornáveis.
Conforme compara, as sacolas retornáveis são mais práticas que as biodegradáveis, já que estas últimas também levam um tempo para decomposição. “A gente pretende colocar várias alternativas e o consumidor vai se sentir mais confortável e enxergar o custo benefício. É uma situação muito polêmica, porque realmente tira o conforto conquistado pelo consumidor, mas é um grande favor ao Meio Ambiente. È realmente uma atitude muito positiva”, acrescenta.
Kiko observa que o segundo passo nesta questão é a destinação das sacolas nos depósitos de lixo. “O primeiro passo é com relação as estas sacolas; a segunda parte da campanha deve ser em relação aos sacos de lixo. É uma campanha que precisa ter a adesão de toda a comunidade, pois vai trazer um resultado muito positivo para o nosso Meio Ambiente e para as futuras gerações”, enfatizou.
No supermercado JK (foto), a gerente informa que chegou a adotar as sacolas retornáveis por algum período, mas relata que não deu retorno. Ela acha que é interessante um projeto que acabe com as sacolas.
O gerente do Supermercado Mussi (foto), Flávio Garcia Silva, acredita que a sacola retornável não teve boa aceitação devido ao valor cobrado por ela, já que alguns estabelecimentos chegaram a cobrar R$ 5,00 pelo produto.
Além do valor, ele cita outro fator a grande utilização de sacolas. “Fica meio difícil porque a embalagem é pequena, mas acho que as pessoas devem deixar de utilizar estas sacolas normais, porque será menos lixo para prejudicar o meio ambiente”, salientou.
Também o gerente do Supermercado União, Antônio Nascimento (foto), é favorável ao extermínio das sacolas comuns. Conforme diz, ainda restam algumas em seu estoque, mas, em geral, já tem utilizado as biodegradáveis. Ele diz que é um pouco mias cara que a sacola normal, mas os resultados são melhores. Somente, no seu estabelecimento, cerca de 20 mil unidades são consumidas por mês.
Antonio conta que também tentou trabalhar com as sacolas retornáveis, mas não obteve sucesso. Entretanto, restam algumas ainda que ele pretende fazer a doação para clientes fidelizados.
No Supermercado Xatão, o consumo é de cerca de 3.000 sacolas por dia, sendo utilizadas as biodegradáveis. Segundo o gerente geral, João Carlos Gallo (foto), em geral, uma pessoa consome de 15 a 18 sacolas, em suas compras.
Ele também é adepto à campanha para abolir as sacolas que prejudicam o meio ambiente. Mas, destaca que é preciso ter mais apoio de entidades voltadas à proteção do Meio Ambiente.
“Muitas pessoas brigam com a gente e dizem que estamos regulando sacolas, mas o que falta é consciência das pessoas, porque geram um grande problema de lixo. É preciso haver uma campanha nacional de conscientização e abolir esta sacola”, diz.
Ele observa que as sacolas biodegradáveis também têm um consumo maior porque possuem menor resistência e, com isso, é preciso colocar mais de uma para sustentar o peso do produto. Ele acredita que uma boa solução é a feita com amido de milho, que apesar de mais cara, é de rápida decomposição.
João Gallo declara que a economia que as pessoas pregam por parte do comerciante é ilusória. Com o fim das sacolas, conforme observa, irá aumentar a quantidade de entregas em domicílio e até mesmo redução nas compras.
No Supermercado São Domingos (abaixo), são utilizadas tanto as sacolas normais como as biodegradáveis, pois, às vezes, esta última está em falta no mercado. De acordo com o proprietário Ricardo Henrique Alves (foto), em média, são consumidas 6.000 sacolas por mês.
“O certo seria abolir estas sacolas, mas isso iria gerar transtornos porque o cliente reclama muito. Acho que deve haver mais conscientização e empenho de todos para abolir as sacolas plásticas”, frisou.
Já no Supermercado São João (foto), a proprietária Ana Maria Vitória Sabino contabiliza em torno de 8 mil sacolas por mês que saem do estabelecimento. Ela diz que estava recebendo a sacola biodegradável, mas não sabe se ocorreu uma queda na produção e não foi possível atender a demanda.
Ana também diz que os clientes levam sacolas “aos montes” para casa, com o propósito de colocar lixo. “Chegam a colocar várias sacolas dentro de outra. É preciso que as pessoas se conscientizem, pois isso é interessante para o Meio Ambiente”, afirma. Ela tentou vender as sacolas retornáveis, mas poucos clientes adquiriram.
Outro proprietário que é adepto da extinção das sacolinhas é Ricardo Assunção (foto), do Supermercado Ideal. Em média, são consumidas 8 mil por mês, em seu estabelecimento.
“Acho que a retornável é mais difícil, pois a mais aceitável pelo público é a biodegradável. As grandes empresas já têm adaptado procurando diminuir o impacto ambiental”, declarou.
No Supermercado Atacadinho, o auxiliar de escritório Paulo Sérgio Martins, diz que o estabelecimento não tinha, no momento, as sacolas biodegradáveis e que já tentou trabalhar com as retornáveis (até com logomarca da empresa), mas não teve saída, pois as pessoas buscam as sacolas comuns para colocarem lixo. Segundo ele, são mais de 10 mil sacolas por mês que saem do supermercado para o consumidor.
No Supermercado Pontal (foto), não se trabalha mais com a sacola comum, mas apenas com a semi-biodegradável. Mesmo assim, são consumidas mais de 4 mil unidades por mês. Já as retornáveis, não tiveram saída.
“A gente orienta, mas infelizmente, a cultura popular precisa mudar muito. As pessoas precisavam ir a outros lugares para ver como funciona”, lamenta o gerente Daniel Lemes. Ele diz que o principal problema é a utilização das sacolas como sacos de lixo.
Uma sugestão apontada por ele é que os consumidores retornem as sacolas aos estabelecimentos comerciais, visto que a maioria delas fica limpa e poderia ser reaproveitada para embrulhar novas compras.
“Infelizmente, as pessoas têm pouca preocupação com o Meio Ambiente. Se deixar, eles querem colocar uma sacola por item adquirido. Isso é muito prejudicial, é um consumismo desenfreado destas sacolas plásticas, sendo que o ideal é retirá-las de circulação para a utilização das retornáveis”, conclui.
Lei
No ano de 2009, a Câmara de Frutal (foto) aprovou uma lei que versava sobre o uso de sacolas plásticas biodegradáveis para acondicionamento de produtos e mercadorias a serem utilizadas nos estabelecimentos comerciais.
A lei determina que os estabelecimentos comerciais utilizem sacolas biodegradáveis ou oxi-biodegradáveis (que apresenta degradação inicial por oxidação por luz e calor).
Conforme estabelece a lei, o descumprimento das disposições poderá acarretar advertência, multa e suspensão temporária da atividade. A multa será aplicada em dobro em caso de reincidência. Na lei, ficou declarado ainda que os estabelecimentos comerciais terão um prazo de quatro anos a contar da data da publicação (agosto de 2009) para substituir as sacolas comuns pelas biodegradáveis.
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